SANTOS PERDEU, E DEVE RENUNCIAR

O NÃO dos colombianos significa que é necessário acabar o processo com as FARC, pedir a renúncia de Santos e de seu gabinete, e convocar eleições adiantadas

Farc plebiscito

Santos perdeu, e deve renunciar

O NÃO dos colombianos significa que é necessário acabar o processo com as FARC, pedir a renúncia de Santos e de seu gabinete, e convocar eleições adiantadas

Ricardo Puentes Melo
Ricardo Puentes Melo

*Ricardo Puentes Melo
Tradução: Graça Salgueiro

Não tinham a derrota prevista. Inclusive Raúl Castro, que estava céptico sobre a conveniência de fazer um plebiscito na Colômbia, se deixou convencer por Juan Manuel Santos e os cabeças das FARC, e deu sua aprovação ao que eles pensavam que era um triunfo indubitável graças ao maquinário de fraude que montaram na Colômbia. Estavam seguros de que se repetiria o roubo eleitoral com o qual Santos ganhou a re-eleição [1].

Eu também estava certo de que o SIM ganharia por uma margem estreita. Porém, com o que os cépticos não contávamos era com a votação massiva – apesar da abstenção de mais de 60% – dos que estão cansados dos terroristas e das mentiras e maldade de Juan Manuel Santos e sua equipe. Uma votação massiva que impossibilitou ocultar o triunfo do NÃO. Cálculos tímidos asseguram que ganhou-se com uma vantagem de mais de 1.500.000 votos que os experts cubanos não tiveram modo de ocultar. História similar à que se viveu na Venezuela.

Juan Manuel Santos, como bom jogador de pôker, arriscado em apostas quando vislumbrava o triunfo, se aventurou para conseguir uma vitória que não tivesse um ápice na comunidade internacional. E perdeu. Tinha suas cartas marcadas, tinha o cassino inteiro a seu favor e quis esmagar o oponente – o povo colombiano – que estava a favor do NÃO. Porém, não conseguiu.

Como jogador de pôker, ele sabe que perdeu uma mão mas não perdeu o jogo. Ele sabe que ainda resta muita aposta sobre a mesa que ele pode levar no final da jornada. E por isso ontem madrugou para estudar alternativas para salvar esse ignominioso acordo. Desde Cuba deram instruções à bancada oficialista para que fosse à imprensa para dizer que o plebiscito tinha conseqüências políticas mas não jurídicas. Igual argumento expôs a cúpula de bandidos das FARC e seus áulicos, enquanto que a Corte Constitucional não teve mais remédio que apoiar o que havia dito poucos dias atrás: que os resultados do plebiscito deveriam ser respeitados.

Eu não confio em traidores nem em mentirosos. Por isso, estou seguro de que nos próximos dias o governo e os terroristas procurarão a maneira de burlar o resultado do plebiscito para poder continuar adiante com o plano criminoso que montaram, passando sobre a vontade de milhões de colombianos e sobre o sangue de milhares de soldados e policiais que ofereceram suas vidas para defender a Constituição e a lei que hoje os criminosos e seus pares no governo pisoteiam e usam como lenço para limpar suas sujidades.

El ex Procurador General Alejandro Ordóñez fue de los titanes que lucharon contra los acuerdos de impunidad
Procurador-Geral Alejandro Ordoñez, líder da democracia

Uma das maneiras é, como advertimos nestas páginas, vincular o ex-presidente Álvaro Uribe às negociações de Havana, já que ele manifestou sua intenção de expor novamente o acordado.

Assim que, da maneira mais respeitosa e afetuosa pedimos ao presidente Álvaro Uribe Vélez que não permita que se manipule de novo a vontade do povo. Que não permita que os mesmos que levaram Juan Manuel Santos ao seu círculo dêem corda sobre as concessões que se farão aos criminosos.

A Colômbia votou NÃO aos acordos de Havana. E NÃO significa isso: NÃO. Não à impunidade, não à participação política, não à entrega do território nacional. NÃO a repetir os mesmos erros cometidos com o M-19, a quem se lhes indultou enchendo-os de mimos e subornos covardes para que não continuassem assassinando e seqüestrando colombianos.

Os colombianos de bem estamos fartos da impunidade. Estamos fartos da “Alta Política” daqueles escondidos no uribismo que, à sombra de Álvaro Uribe, buscam posicionamentos políticos que lhes permitam os contratos e as falcatruas. São esses mesmos que, como cortesãos, andam volteando ao seu redor, adulando-o com palavras e rituais iguais aos celebrados em meio da pessoas desprezíveis, da cerveja e da intriga, enquanto espantam de seu entorno os verdadeiros guerreiros da democracia condenando-os traiçoeiramente ao ostracismo, ao exílio ou ao cárcere. Os guerreiros do presidente Uribe estão hoje nos cárceres ou segregados do Centro Democrático, partido que foi tomado de assalto pelos mesmos marxistas que foram aliados ativos ou passivos do terrorismo e aos quais não lhes importa o país senão seu próprio pelo. Darei só alguns nomes daqueles que abandonaram o anonimato servil para ser inimigos frontais de Uribe, nomes que demonstram esta verdade: Oscar Naranjo, Villegas, Frank Pearl, Sergio Jaramillo, Francisco Roux, Mora Rangel e, certamente, o maior traidor de todos: Juan Manuel Santos.

Por outro lado, nos cárceres ou às portas deles, estão seus guerreiros: o General Rito Alejo del Río, Jorge Noguera, Miguel de Narváez, María del Pilar Hurtado,

Jorge Noguera, diretor do DAS, as primeiras vítimas da justiça FARC
Jorge Noguera, diretor do DAS, as primeiras vítimas da justiça FARC

Andrés Felipe Arias, Bernardo Moreno, César Mauricio Velásquez, Diego Palacio e vários mais. Todos esquecidos, todos sacrificados por servir ao país, traídos e entregues em bandeja de prata aos tribunais de bandidos como mártires expiatórios, para que os intocáveis vestidos de velha gozem hoje de boa saúde e finanças transbordantes.

O NÃO dos colombianos significa que não queremos tratos com bandidos nem tomadinhas de café com Juan Manuel Santos. O NÃO dos colombianos significa que queremos uma paz baseada em justiça e não em acordos e conchavos por baixo da mesa.

O NÃO dos colombianos significa que queremos ver os terroristas na prisão e suas vítimas reparadas. O NÃO dos colombianos significa que queremos justiça e que não acreditamos que a paz está acima daquela.

O NÃO dos colombianos significa que queremos uma oposição real e não uma que transacione em troca de postos e contratos, e que use o mandato dos votantes para abandonar os debates no Congresso – por medo ou por pactos obscuros – para ir desfrutar do erário em companhia de amigos e amantes de farra enquanto o país se derruba.

O NÃO dos colombianos significa que queremos ver nossos militares e demais combatentes da democracia que foram condenados injustamente pelos tribunais a serviço do terrorismo, livres.

O NÃO, queridos colombianos, é necessário continuar defendendo-o tal e como o fizeram Uribe, Alejandro Ordóñez e vários congressistas do Centro Democrático – claro que sim! – que não estão dispostos a trair os votos com os quais foram eleitos, indo, inclusive, na contra-mão dos dissimulados que continuam usando a intriga para desacreditá-los e tirá-los do caminho porque estorvam seus planos.

O NÃO dos colombianos significa que o processo de diálogo com as FARC deve acabar de imediato, tal e como Santos prometeu que sucederia se o NÃO ganhasse [2].

O NÃO dos colombianos esteve acima dos partidos. Não há que trair essa vontade. Isto é pedir muito?

* Proprietário e Editor do site “Periodismo Sin Fronteras”.

Notas do autor:

[1] EL SÍ GANARÁ EN EL PLEBISCITO, DECRETAN SANTOS, LOS CASTRO Y FARC https://www.periodismosinfronteras.org/el-si-ganara-en-el-plebiscito-decretan-santos-los-castro-y-farc.html
[2] Entrevista de BBC a Santos donde éste promete que el proceso con las FARC terminaría si ganaba el NO: https://youtu.be/LVPknp4XBMA

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